VISÃO GERAL DOS RESÍDUOS SÓLIDOS NO NOSSO PLANETA

A nossa equipe buscou algumas informações gerais sobre resíduos sólidos para tentar entender o aumento da sua geração e as contradições sobre o assunto que se espalham pelo mundo afora. Vamos trazer alguns conteúdos neste artigo para ajudar a explicar o contexto dos resíduos sólidos no nosso Planeta. 

PADRÕES DE CONSUMO X RESÍDUOS SÓLIDOS

Em todo o mundo são gerados 1,4 bilhões de toneladas de Resíduos Sólidos Urbanos (RSU) por ano, uma média de 1,2 kg gerados por pessoa por dia.

Existem em torno de 198 países nos 5 continentes, mas quase a metade de todo o resíduo é gerado por apenas 30 países (15%) e, coincidentemente, são os locais mais ricos. Esses dados deixam claro a relação da geração de resíduos com o poder econômico.

Um fato que assusta ainda mais são as pesquisas desenvolvidas pelo Banco mundial em parceria com a Organização das Nações Unidas (ONU), que preveem um aumento de 350% de resíduos sólidos urbanos até 2050, caso não ocorra uma mudança nos padrões de consumo atuais. A expectativa populacional é de 9 bilhões de habitantes, que vão gerar 4 bilhões de toneladas de resíduos urbanos até lá.

Há fortes indícios que essa perspectiva pode estar correta, principalmente fato que nos últimos 30 anos, o total de resíduos produzidos no mundo foi 3 vezes maior que o crescimento populacional.

Além disso, é muito importante notar que a maior parte desses resíduos são disponibilizados em aterros, fator que acaba elevando seu custo financeiro e também o passivo ambiental.

O CUSTO AMBIENTAL DOS RESÍDUOS SÓLIDOS

O Conselho de Pesquisa em Tecnologia de Geração de Energia dos Estados Unidos calcula que para a cada 10 toneladas de lixo aterrado, 1 metro quadrado de solo é inutilizado de forma permanente. Além disso, o baixo uso de materiais reciclados acelera o esgotamento de recursos naturais.

Os custos ambientais dos resíduos são muitos, pois eles interferem em muito pontos do nosso meio ambiente, como, por exemplo: a inutilização do solo, a contaminação da água e a poluição do ar, a redução da qualidade de vida e a destruição de biomas.

A degradação da matéria orgânica exposta em lixões e aterros é o que produz gases como o metano e o dióxido de carbono (CO2 e CH4) que aceleram o efeito estufa, assim como a queima de resíduos que contaminam a nossa atmosfera através de micro partículas que acabam passando pelos filtros.

Além disso, as águas superficiais dos mares, rios e lagos também são contaminadas com a disposição irregular de resíduos, assim como as águas subterrâneas por onde percola o chorume dos lixões sem contenção.

CUSTOS FINANCEIROS DOS RESÍDUOS SÓLIDOS

Mesmo que muitos municípios ainda não possuam coleta, tratamento e uma correta destinação dos resíduos, 20 a 30% dos orçamentos das cidades no mundo todo já estão separadas para essa questão. Esse valor poderia ser ainda maior, já que em muitas localidades ainda não existe coleta e tratamento, muito menos a correta destinação. 

É estimado cerca de 40 bilhões de dólares para garantir a universalidade de tais serviço para essas localidades. Os países com os maiores problemas nesse quesito se encontram na África, no Sudeste da Ásia e na América Latina.

Ainda relativo às finanças, o Brasil, por exemplo, perde 8 bilhões de reais (U$D 2.556.563.978,01) por ano em recursos por conta de envio de materiais recicláveis para lixões e aterros. Mas não é o caso só do Brasil. Os Estado Unidos ainda não possuem um tratamento pleno e adequado a todo resíduo urbano pois 55% são levados diretamente para aterros. Mesmo que apresentem a diminuição no número de aterros, o volume de resíduos vem aumentando.

Já na Europa, muito se avançou, desde a não geração, até a disposição adequada dos resíduos, mas o caminho ainda é longo para todos se conscientizarem.

Atualmente, o mercado dos resíduos movimenta 410 bilhões de dólares, segundo relatórios da União Europeia. Teoricamente, existe uma relação entre o aumento do PIB e o aumento de resíduos. Certos movimentos vem comprovando que a preservação do meio ambiente e o correto manejo do resíduo pode economizar até 72 bilhões de euros, gerar 400 mil novos empregos e impulsionar a economia dos países, fazendo o Produto Interno Bruto aumentar e reduzir o aumento da geração de resíduos.

EXEMPLO DE RECICLAGEM E REAPROVEITAMENTO

Quando procurarmos algum país com um sistema funcional na gestão de resíduos, temos que olhar para a Alemanha. Em suma, todo o resíduo de lá é reciclado, reaproveitado ou, por fim, utilizado para geração de energia

Para se ter uma ideia, o índice atual de envio de lixo dos alemães para aterros sanitários é de apenas 1%. O país só conseguiu alcançar esse número devido a políticas como a de proibir a remessa de lixo doméstico ou industrial sem tratamento para aterros desde 2005. Além disso, entre 2002 e 2010 o total de resíduos gerados caiu para 3,5 milhões de toneladas.

Contudo, mais do que extinguir aterros e diminuir a sua construção, 63% dos resíduos são reciclados. Para efeito de comparação, a média do continente europeu é de apenas 25%. Os dados são da Eurostat, órgão de estatísticas da União Europeia.

São mais de 250 mil pessoas empregadas pela cadeia produtiva de resíduos e estima-se também que 13% da produção industrial alemã é feita com matérias primas recicladas.

Pode se dizer que essa cultura demorou décadas para ser empregada e alcançar seus objetivos. O que comprova isso é que em 1970 havia cerca de 50 mil lixões e aterros sanitários, e hoje são menos de 200. Por lá, a taxa municipal de coleta de lixo é cobrada desde o século 19, com padrões sendo estabelecidos até para vasilhames de descarte.

PANORAMA DO TRATAMENTO DOS RESÍDUOS SÓLIDOS NO BRASIL

No Brasil, a situação não está muito boa, segundo relata o Panorama dos Resíduos Sólidos no Brasil. O relatório realizado pela Associação Brasileira de Empresas de Limpeza Pública e Resíduos Especiais (ABRELPE) avalia os municípios brasileiros quanto a forma de destinação do lixo.

Mais de 1493 municípios despejam seus resíduos sólidos em lixões e 1.508 em aterros controlados. O documento relata como ocorre um impacto negativo na vida de mais de 76 milhões de brasileiros só no quesito de destinação do lixo.

O Nordeste do Brasil contempla a pior situação, onde 844 cidades ainda utilizam lixões. As outras regiões seguem abaixo de 247 cidades com esse tipo de destinação.

Infelizmente, muitos resíduos que geramos acabam parando no oceanos, um número que traz sérias implicações, como o gasto de 5,5 bilhões por ano em recuperação ambiental e tratamento de saúde. Esse valor considera apenas a poluição marinha e vem de um relatório coordenado pela Associação Internacional de Resíduos Sólidos (ISWA), divulgado no Fórum Mundial da Água, que aconteceu em Brasília-DF em 2018.

Para piorar a situação, os 7 milhões de toneladas de lixo produzidos no Brasil sem coleta geram grandes e graves problemas de saúde pública, afetando a saúde de 96 milhões de pessoas, o que é quase a metade da população do país!

Apesar de tudo isso, podemos afirmar que não faltam medidas para tentar minimizar o problema. Entre elas, podemos citar a Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS), que organiza prioridades para se tratar desde a não geração de lixo até a disposição correta, mas, por vezes, parece se apresentar um pouco estagnado.

O que podemos concluir com tudo isso é que falta muito para a população mundial e para os países se adequarem e se tornarem mais sustentáveis, para as políticas públicas orientarem o resíduo entrar novamente na cadeia produtiva, para a produção ser consciente quanto ao descarte, e também para os países cobrarem a logística reversa.

Nós, da meuResíduo trabalhamos nesse sentido. Desenvolvemos ferramentas digitais para toda a cadeia de resíduos, automatizando processos e integrando com sistemas de órgãos ambientais, tudo para facilitar a vida de nossos clientes, como também para fornecer transparência e rastreabilidade necessária para a gestão da sua empresa.

Fonte: https://www.eosconsultores.com.br/os-numeros-dos-residuos-solidos-no-mundo/.

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