Elaborado pela consultoria britânica Times Higher Education, o ranking avalia como as universidades contribuem para os 17 ODS da ONU
A USP é a universidade brasileira mais bem posicionada no ranking THE University Impact, pela consultoria britânica Times Higher Education (THE). O ranking avalia como as universidades do mundo todo estão contribuindo para os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) da Organização das Nações Unidas (ONU), em termos de pesquisa, divulgação e governança. A Universidade foi classificada no grupo 101-200.
Entre os itens analisados pelo ranking estão o comprometimento e o impacto social das ações desenvolvidas pelas universidades, enfrentando questões como desigualdade de gênero, educação de qualidade, mudanças climáticas, paz mundial e crescimento econômico.
O desempenho das instituições é avaliado de acordo com os 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável da ONU: erradicação da pobreza; fome zero; saúde e bem-estar; educação de qualidade; igualdade de gênero; água potável e saneamento; energia limpa; trabalho e crescimento econômico; indústria, inovação e infraestrutura; redução das desigualdades; cidades sustentáveis; consumo e produção responsável; mudanças climáticas; vida na água; vida terrestre; paz, justiça e instituições eficazes; e parcerias e meios de implementação.
Nesta edição, mais de 1.500 instituições de 122 países participaram da avaliação. A primeira posição ficou com a Western Sydney University (Austrália), seguida pela University of Manchester (Reino Unido) e pela Queen’s University (Canadá).
Austrália, Nova Zelândia e Canadá são os países que tiverem a maior proporção de universidades entre as 100 melhores. O Brasil teve 47 instituições avaliadas e, além da USP, classificada no grupo 101-200, as mais bem posicionadas foram a Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), a Universidade Estadual Paulista (Unesp) e a Universidade de Brasília (UnB), todas no grupo 201-300.
Avaliação
Na pontuação geral, a USP atingiu 87,9 pontos de um total de 100 e foi classificada no grupo 101-200, perdendo posições em relação ao ano passado. Como explica a coordenadora do Escritório de Gestão de Indicadores de Desempenho Acadêmico (Egida), Fátima Nunes, “muitos fatores podem explicar a oscilação na classificação de instituições em relação a edições anteriores, mesmo que a pontuação obtida não sofra grandes alterações. No caso da USP, por exemplo, houve pouca diferença entre a pontuação geral deste ano, 87,9, e a pontuação do ano passado, 91,2”.
Como esse é um ranking relativamente novo, todo ano entram novas universidades – só em 2023 foram 190 novas participantes – e as instituições também vão se adaptando à metodologia do ranking. É importante destacar que poucas universidades entre as ranqueadas têm a dimensão e a estrutura da USP, que abrange praticamente todas as áreas de conhecimento e atua em todos os ODS. Isso constitui um desafio no mapeamento das iniciativas desenvolvidas que podem ser reportadas”, explica a coordenadora.
Para a classificação, o ranking analisa qualitativamente as evidências fornecidas pelas instituições em relação aos ODS, tais como notícias veiculadas na imprensa ou relatórios de prestação de contas de projetos finalizados, que devem mostrar claramente a ação das universidades em cada um dos 17 objetivos.
Embora para a classificação final sejam considerados apenas os três ODS em que a instituição tenha obtido a maior pontuação e o ODS Parcerias e Meios de Implementação, que é obrigatório, a USP fornece informações para todos os 17 ODS.
Em três dos 17 itens avaliados, a Universidade ficou entre as 100 melhores instituições do mundo: 50º lugar no objetivo Fome zero; 51º em Indústria, inovação e infraestrutura; e 89º em Energia limpa.
Independentemente da nossa posição no ranking, esses resultados são importantes para que a Universidade possa analisar seus pontos fracos e fortes, possibilitando manter ou aprimorar suas políticas internas. O Egida tem monitorado atentamente o desempenho da USP nesses rankings, compondo boletins analíticos que são disponibilizados aos gestores para subsidiar a tomada de decisão”, ressalta Fátima.