Uma pesquisa de doutorado, orientada pelo professor e pesquisador Luciano Henrique Pinto, do Programa de Pós-Graduação em Saúde e Meio Ambiente da Univille, apontou para um alto impacto ambiental e grave risco à saúde provocados por resíduos de medicamentos e efluentes de análises clínicas na água de Joinville (SC).
Esse tipo de contaminação/poluição está associado ao aumento de casos de endometriose, síndrome do ovário policístico e câncer de mama, pois envolve a presença de hormônios femininos.
Dessa forma, a pesquisa faz parte do projeto integrado de ensino, vinculado aos cursos de Farmácia e Enfermagem, que aborda os riscos à saúde e ao meio ambiente decorrentes de resíduos de saúde descartados, como medicamentos e efluentes de laboratórios de análises clínicas, e também promove capacitação na comunidade
Um dos alvos de investigação está relacionado à endometriose, disfunção hormonal causada em mulheres, provocada também pelo consumo da água contaminada e do uso de recipientes plásticos. Essa doença é ocasionada pela migração do tecido que reveste o útero para outras regiões, provocando dores intensas e até infertilidade.
Segundo o professor Luciano, essa doença atinge cerca de 5% da população feminina, mas esse número está aumentando em virtude dos impactos ambientais. Além disso, pode causar forte dores que, por vezes, são confundidas com cólicas menstruais, o que mascara a doença e pode piorar o quadro de saúde.
Dessa forma, o pesquisador está empenhado em garantir ações na esfera política para conscientizar a população sobre a descoberta. Uma das ações que estão sendo tomadas e que começou a ser aplicada neste ano em escolas municipais é a produção de vídeos pelos alunos sobre o tema. Outra proposta feita ao Conselho Municipal de Saúde (CMS), já em andamento, é a qualificação de professores e a capacitação os conselheiros do CMS para incluir as ações no planejamento em saúde dos seus bairros e municípios.
Além disso, em parceria com o Hospital Municipal São José, vão ser realizados treinamentos dos funcionários sobre riscos e impactos ambientais de descarte inadequado, bem como uma pesquisa referente aos efluentes do hospital quanto a riscos e propostas de adequações frente a possíveis poluentes emergentes.
Sobre a gestão dos resíduos, a plataforma meuResíduo contribui com a rastreabilidade e a transparência na gestão de resíduos, onde nenhuma informação é perdida. O sistema trabalha com armazenamento em nuvem e pode ser acessado de qualquer equipamento com acesso a internet.
As empresas que coletam Resíduos de saúde (RSS) utilizam da mais alta tecnologia para o recolhimento, com smartphone e app que funcionam off-line, sendo possível registrar todas as evidências como fotos e assinaturas.
POSTS RELACIONADOS: