O Brasil é recordista mundial no recolhimento e reciclagem de latas de alumínio. Em 2021, 98,7% das latas comercializadas em todo o país foram reutilizadas – até então o maior volume da história. Mas, este número surpreendeu ainda mais em 2022: o país alcançou o índice de reciclagem de 100%. O feito é inédito.
Os recicladores processaram 390,2 mil toneladas de sucata de latinhas, montante equivalente às 31,85 bilhões de unidades comercializadas pelos fabricantes de latas ao longo de todo o ano de 2022. Os dados foram obtidos pela Recicla Latas, com o apoio da Associação Brasileira do Alumínio (Abal) e da Associação Brasileira dos Fabricantes de Latas de Alumínio (Abralatas).
O feito foi celebrado pelas entidades, unindo fabricantes e recicladoras da latinha, partes fundamentais desse processo. “Esse resultado comprova mais uma vez que o sistema de logística reversa brasileiro das latas de alumínio é robusto e maduro. Nossos associados continuam aperfeiçoando esse modelo e mantendo nossos índices em patamares elevados, inclusive em cumprimento aos compromissos que assumimos com o Ministério de Meio Ambiente”, destaca Renato Paquet, secretário executivo da Recicla Latas.
Histórico
O índice de reciclagem de 2022 é o maior da série histórica, superando o anterior de 2021 de 98,7%. Nos últimos 15 anos, a média está acima de 95%, confirmando o Brasil como um dos maiores recicladores de latinhas do mundo e fazendo desse setor um exemplo de economia circular.
“Nossas ações pela reciclagem são amplas e estruturadas, refletindo em resultados extremamente positivos como esse. Além de recuperarmos todo o montante colocado no mercado, ainda realizamos campanhas de educação ambiental e projetos de capacitação de gestores públicos e cooperativas de catadores. Aliás, os catadores são peça fundamental nesse sistema e é nossa prioridade melhorar suas condições de trabalho”, conclui Paquet.
Cátilo Cândido, presidente executivo da Abralatas e atual presidente do conselho da Recicla Latas, afirma que houve um ajuste de estoques na cadeia produtiva com “um fluxo maior de latas para a reciclagem”, o que refletiu no índice. Para Janaina Donas, presidente executiva da Abal, o protagonismo brasileiro na reciclagem de latinhas “se deve aos investimentos do setor do alumínio na ampliação e modernização das fábricas de reciclagem e em rede própria de coleta”.
A reciclagem da latinha evitou a emissão de mais de 15 milhões de toneladas de gases de efeito estufa (GEE) nos últimos 10 anos e injeta aproximadamente R$6 bilhões anualmente na economia, contribuindo na geração de trabalho e renda para mais de 800 mil catadores. São 36 centros de coleta em 19 estados, centros de laminação e reciclagem e 25 fábricas da embalagem em todas as regiões do Brasil.