Comemoramos nesta quinta-feira, 5 de setembro, o Dia da Amazônia. A celebração faz referência a 5 de setembro de 1850, data na qual Dom Pedro II decretou a criação da antiga Província do Amazonas. Mais do que celebrar esse conjunto inestimável de riquezas naturais e culturais, que representa 60% do território brasileiro, é preciso fazer desse dia um alerta contra as ameaças à maior biodiversidade do planeta.
A Floresta Amazônica é abundante em vários recursos e funciona como um grande reator para o equilíbrio da estabilidade ambiental do planeta. Com o desmatamento e queimadas na região, as árvores liberam em torno de 200 milhões de toneladas de carbono por ano. Seus vegetais são responsáveis por liberar aproximadamente sete trilhões de toneladas de água para a atmosfera, no processo de evapotranspiração e o Rio Amazonas deságua 20% de água doce no Oceano Atlântico a cada ano. Além disso, ela reúne mais de 14 mil espécies de plantas e cerca de 20% da fauna de todo o mundo. O Brasil, por sua vez, abriga a maior quantidade de seres vivos catalogados pela ciência.
Desmatamento
A partir da década de 1970, o processo de ocupação acelerou-se e milhões de hectares de floresta amazônica foram derrubados para criação de pastos e projetos de colonização e reforma agrária. O desflorestamento leva a alterações no funcionamento dos ecossistemas, gerando impactos sobre a estrutura e fertilidade dos solos e sobre o ciclo hidrológico, além de constituir importante fonte de gases do efeito estufa.
O desmatamento da Floresta Amazônica é um dos principais problemas ambientais do mundo atual, em função de sua grande importância para o meio ambiente. Este desmatamento causa extinção de espécies vegetais e animais, trazendo danos irreparáveis para o ecossistema amazônico. Principais causas: degradação provocada pelo corte ilegal de árvores, destinadas ao comércio ilegal de madeira; queimadas ilegais para abertura de pastagens para o gado ou áreas agrícolas (principalmente para a cultura de soja) e assentamentos humanos em função do crescimento populacional na região.
Dessa forma podemos visualizar que os serviços ambientais que a Amazônia fornece para os seres humanos são imensuráveis, além disso, a floresta em pé tem o potencial para formar uma base econômica para sustentar todos os estados onde ela se encontra, não sendo necessária a troca da base econômica na região e, sim implantar estratégias para aproveitar tudo que ela gera. Mas aparentemente a grande questão hoje, é que os serviços prestados quando pagos tem um maior valor, mas a floresta amazônica presta eles gratuitamente, dessa forma acaba não tendo os seus serviços reconhecidos.
Pecuária
A pecuária bovina desempenha um papel importante na economia, atingindo saldo significativo na balança comercial brasileira e forte expressão no Produto Interno Bruto (PIB). Apesar dos benefícios, a atividade está diretamente atrelada ao desmatamento. Para se ter ideia, a área ocupada por pastagens é de cerca de 180 milhões de ha, onde cerca de 30% desta área se encontra abandonada, degradada ou em algum estágio de degradação. A Amazônia é o bioma em que a atividade da pecuária apresentou as maiores taxas de crescimento nas duas últimas décadas. Entre os anos de 1974 e 2011, o rebanho nacional aumentou 120 milhões de cabeças. Apenas o bioma amazônico representou 46% do aumento do rebanho, localizado predominantemente nos estados de Rondônia, Pará e norte do Mato Grosso. Além disso, de acordo com a FAO, atualmente, cerca de 70% das áreas desmatadas na floresta amazônica são ocupadas por pastagens.
Rios voadores
Esses rios de umidade, que atravessam a atmosfera rapidamente sobre a Amazônia até encontrar com os Andes, causam chuvas a mais de 3 mil km de distância, no sul do Brasil, no Uruguai, no Paraguai e no norte da Argentina e são vitais para a produção agrícola e a vida de milhões de pessoas na América Latina.
Os rios voadores possuem cerca de três quilômetros de altura, algumas centenas de largura e milhares de extensão, mas não podem ser vistos, pois encontram-se sob a forma de vapor. Entretanto, desempenha uma importante função de regular o clima, principalmente na região mais ao sul da América Latina. Se pararmos para observar o globo terrestre vamos identificar que nas latitudes médias são as regiões onde estão alinhados os desertos do planeta Terra. Por isso a região que compreende de Cuiabá, São Paulo, Buenos Aires até Cordilheira dos Andes sempre foi um mistério, pois não existe deserto, e chove muito. O sistema funciona assim, a água evapora na região da linha do equador no centro do Oceano Atlântico, os ventos trazem essa umidade para o continente, onde acaba chovendo muito na região amazônica. Mas qual a influência da floresta? Ela é tão grande e tão vigorosa que ela potencializa essa umidade, ela chega a jogar para atmosfera 20 bilhões de toneladas de água, formando o famoso rio voador, que faz da região de Cuiabá a Buenos Aires, não ser um deserto. Lembrando que essa região concentra 70% do PIB da América Latina.
Diante de todo este cenário, torna-se crucial preservar o território amazônico, pois poucos lugares do mundo são tão importantes para a sobrevivência da humanidade quanto a Amazônia. Ela é a responsável por levar umidade para toda a América do Sul, contrariando a tendência natural do nosso planeta, onde as regiões de latitude média concentram os desertos, influenciando regime de chuvas na região, contribuir para estabilizar o clima global e ainda tem a maior biodiversidade do planeta. A região é berço de inúmeras civilizações indígenas e, além disso, constitui-se numa riquíssima fonte de matérias-primas – alimentares, florestais, medicinais, energéticas e minerais.