A quantidade de carbono que a humanidade ainda pode emitir se quiser evitar uma catástrofe climática acaba de ficar ainda menor. Climatologistas do Observatório do Clima afirmam que a quantidade de carbono presente no período pré-industrial pode ter aquecido o planeta em até 0,2° C, reduzindo ainda mais a absorção atual de carbono na atmosfera.
O que esperar daqui para frente?
Um estudo publicado no dia 24 de julho de 2017 no periódico Nature Climate Change, sugere que atmosfera do período pré-industrial já tinha mais carbono do que se poderia imaginar, aquecendo o planeta em até 0,2° C. Isso significa que o ?orçamento de carbono? da humanidade para limitar a temperatura do planeta em 2° Celsius, conforme o Acordo de Paris, estima-se ter encolhido em 40%.
O IPCC (Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas) estima que 515 bilhões de toneladas de carbono foram emitidas do período pré-industrial até 2011 (desde 1870), o que deixaria 305 toneladas ainda a serem emitidas para fechar a conta das 820 bilhões. No entanto, assumindo que já havia um aquecimento de, pelo menos 0,1°C devido ao aumento de CO2 entre 1861 e 1880, significa que em torno de 60 toneladas de carbono do orçamento já foram usadas, o que corresponde a cerca de 20% das 305 bilhões de toneladas de carbono (ou 1,098 trilhão de toneladas de CO2) que ainda podemos gastar.
Segundo o pesquisador, mesmo em um cenário promissor, que inclua a substituição efetiva dos combustíveis fósseis por fontes renováveis, a probabilidade de excedermos os limiares previstos no acordo internacional do clima varia de 61% a 88% até 2100.
Em contrapartida…
O Brasil prevê uma expansão de cerca de 41 gigawatts (GW) na capacidade instalada de geração de energia até 2026, com predomínio das usinas eólicas e solares, que deverão responder por quase 19 GWno período, segundo o cenário de referência de um estudo do governo divulgado em 14 de julho. O Plano Decenal de Expansão de Energia 2026, da estatal Empresa de Pesquisa Energética (EPE), aponta que essa trajetória deverá demandar cerca de 174,5 bilhões de reais em investimentos no período.
A perspectiva é, que ao final do plano, a participação das hidrelétricas, carro-chefe da geração no Brasil, caia para menos de 50% da matriz elétrica, ante pouco mais de 60% atualmente. Ainda assim, o plano prevê a contratação de 2,6 GW em novas usinas hídricas, mas com a maior parte dessa capacidade estimada para entrar em operação apenas em 2026, último ano do horizonte de planejamento.
O que esperar…
As energias limpas, como solar e eólica, são capazes de diminuir consideravelmente a emissão de CO2 em comparação com as hidrelétricas. Dessa maneira, o investimento em projetos sustentáveis é uma atitude completamente relevante e que vem sendo tomada para amenizar os problemas que nós mesmo causamos ao planeta ao longo da história. As energias renováveis e limpas, além de ajudar a preservar o meio ambiente e os nossos recursos naturais estão trazendo desenvolvimento econômico sustentável para a sociedade.
? Fontes: EcoD, Ministério de Minas e Energia, Envolverde