Em época de quarentena por pandemia, estamos diariamente discutindo dois fatores fundamentais para nossa sociedade: a saúde e a economia. Esses dois fatores refletem, alinhados a quarentena, diretamente no contexto de quem trabalha com resíduos sólidos, principalmente na geração de resíduos sólidos e na falta de dinheiro para o sustento.
Existe um aumento previsto na geração de resíduos hospitalares (PGRSS) e de resíduos sólidos domésticos (RSD). O primeiro vem com efeito da ocupação de hospitais com pacientes com caso de coronavírus. Já o segundo vem junto com a quarentena, onde as pessoas não têm a mesma mobilidade e, muitos estabelecimentos, com restaurantes estão fechados, faz com que a população produza seu alimento dentro de casa, gerando assim mais RSD.
Dessa forma empresas que fazem essas coletas, conseguem através de equipamentos de proteção individuais (EPI’s) e orientações, minimizar o impacto da contaminação em seus funcionários e, existe a possibilidade de não sentirem tão fortemente o impacto econômico que vem a reboque da pandemia, pois o aumento da geração pode fortalecer essas organizações economicamente.
Por outro lado, o impacto econômico que nosso país sofrerá, no geral, será muito grande, pois vivíamos em época de recessão econômica, com muitas pessoas desempregadas, descapitalizadas e com dificuldades de se sustentar, esse era o cenário antes do coronavírus.
Dessa forma uma solução que será encontrada por muitos será o trabalho de coleta e triagem de resíduos, popularmente chamado de catação. Desse modo aí que entra a preocupação, e as condições de trabalho desses trabalhadores e sua permanente exposição aos riscos em seu trabalho?
Uma das saídas é as autoridades esclarecerem, orientarem e conscientizarem, a população e os catadores sobre as principais doenças nesse contexto e a importância de obter esse conhecimento para se proteger e proteger ao próximo.
A população deve estar ciente que, quem estiver contaminado ou com suspeita de contaminação do coronavírus, não deve deixar seu resíduo a disposição nas lixeiras em frente as suas casas, como orientação, colocar o resíduo em dois sacos de lixo e disponibilizar apenas nos horários da coleta tradicional.
Já os catadores devem se proteger, buscar apoio, solicitar EPI’s, pois estão expostos a diversos agentes como:
Agentes físicos: materiais perfurantes, ruídos excessivos e exposição ao sol, e ao frio.
Agentes químicos: gases emanados dos resíduos, poeira, fumaça e monóxido de carbono, líquidos emanados de baterias, óleos e graxa, tinta, produtos de limpeza, cosméticos, aerossóis, materiais pesados como o chumbo, o cádmio e o mercúrio.
Agentes ergonômicos: posturas forçadas e incômodas.
Mas o grande vilão são as principais doenças que esses agentes causam, e que esses trabalhadores acabam sofrendo. São as doenças respiratórias como a tuberculose, que exige um tratamento longo e permanente. Mas também existe uma mais agravante, a AIDS, ocasionada por algum objeto perfurante que esteja contaminado com esse vírus. Além desses problemas de saúde causados pelo trabalho realizado no lixão, devemos lembrar que os catadores estão sujeitos a outros fatores, como o sofrimento psicológico de viver de restos de uma sociedade. E todas essas estão ligadas a imunidade, porta de entrada do coronavírus.
Então além de termos muitos catadores em atividades em nosso país se expondo aos agentes citados e já com histórico de doenças, podemos ter um novo aumento de trabalhadores nessa atividade. Por isso devemos dar bastante atenção ao resíduo diário, gerado pelo nosso consumo, ele ainda pertence e sempre pertencerá a nós.
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