Uma equipe de pesquisadores estimou que cerca de 8 milhões de toneladas de resíduos plásticos estão associados à pandemia do novo coronavírus. Em suma o levantamento estima que 25 mil toneladas deste material irá para os oceanos.
A aumento do uso de máscaras plásticas, luvas e protetores faciais, entre outros itens, combinado com a má gestão de resíduos, faz com que alguns deles acabe em rios e oceanos.
Isso intensifica o problema global dos resíduos plásticos, de acordo com um estudo publicado pela Academia Nacional de Ciências dos Estados Unidos da América (em inglês, Pnas).
A PESQUISA
A pesquisa, liderada pela Universidade Chinesa de Nanjing e pela Universidade da Califórnia em San Diego, nos Estados Unidos, diz que em três a quatro anos, espera-se que uma porção significativa desse lixo plástico chegue às praias ou ao fundo do mar.
Portanto uma porção menor derivará para o mar aberto, terminando presa nos centros das bacias oceânicas ou em giros subtropicais. Posteriormente podem se tornar manchas de lixo, e em uma zona circumpolar de acúmulo de plástico no Oceano Ártico.
A equipe utilizou um modelo numérico para quantificar o impacto da pandemia no despejo de plástico de origem terrestre desde o início da pandemia até agosto deste ano.
No entanto com a maioria dos plásticos entrando no oceano procedente da Ásia e os resíduos hospitalares compondo a maioria do despejo em terra. O estudo revela a necessidade de um melhor gerenciamento dos resíduos médicos nos países em desenvolvimento.
DE ONDE ESSE RESÍDUO VEM?
Os pesquisadores descobriram que a maior parte dos resíduos plásticos da pandemia chega ao oceano a partir dos rios. Os asiáticos respondem por 73% do total da descarga. Enquanto isso os rios europeus são responsáveis por 11%, com contribuições menores de outros continentes.
Embora a maioria dos plásticos associados à pandemia acabem nas praias e no fundo do mar, é provável que uma quantidade menor acabe circulando ou se instalando no Oceano Ártico.
Além disso o modelo mostra que cerca de 80% dos resíduos plásticos que transitam para o Ártico afundarão rapidamente. Ou seja, espera-se que uma zona de acúmulo de plástico circumpolar se forme até 2025.
Em suma o modelo numérico funciona como uma “realidade virtual” que simula como a água do mar movida pelo vento se move e como os plásticos flutuam na superfície do oceano.
Além disso, como se degradam com a luz do sol, se enchem de plâncton, aterram nas praias e se afundam nas profundezas, explicou outro dos autores, Yanxu Zhang, da Universidade de Nanjing.
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