A empresa norte-americana Honeywell International desenvolveu uma nova técnica para transformar resíduos plásticos em óleo com qualidade alta o suficiente para alimentar uma refinaria. Em resumo a fabricante de produtos químicos e peças para aeronaves trabalha em parceria com a companhia espanhola de infraestrutura Sacyr SA.
Acima de tudo o objetivo é construir uma usina capaz de transformar 30 mil toneladas métricas de plástico por ano em matéria-prima para refinarias convencionais. Portanto, com a utilização de uma tecnologia de reciclagem conhecida como pirólise — reação de decomposição térmica que ocorre por meio da exposição a altas temperaturas.
“Agora, estamos no ponto em que a tecnologia de separação e conversão podem caminhar juntas. Podemos lidar com resíduos plásticos misturados a outros compostos e transformá-los em um óleo de alta qualidade e comercialmente viável para a indústria”, explica o diretor de tecnologia da Honeywell, Gavin Towler.
Pirólise 2.0
Certamente o método apresentado pela empresa já é usado pela indústria para produção de carvão vegetal, reprocessamento de pneus. Da mesma forma que no tratamento do lixo antes do descarte e na obtenção de biocombustíveis. No entanto a diferença está na purificação dos resíduos plásticos, eliminando as impurezas antes que sejam refinados.
Enquanto isso a tecnologia de processamento utiliza conversão molecular para transformar resíduos plásticos em óleo reciclado. Segundo a Honeywell, com esse sistema, o reaproveitamento de polímeros encontrados no lixo mundial pode aumentar dos atuais 2% para mais de 90%, chegando a 15 milhões de toneladas adicionais recicladas por ano até 2030.
“O óleo produzido com a nova tecnologia também pode resultar em uma redução aproximada de 57% nas emissões de dióxido de carbono em comparação com a produção da mesma quantidade de óleo virgem obtida a partir de combustíveis fósseis. É uma economia ambiental considerável”, acrescenta Towler.
Usina de reciclagem
A usina responsável pela reciclagem do lixo plástico será instada na Andaluzia, no sul da Espanha, com produção prevista para começar em 2023. A planta terá um design modular, permitindo a implantação em escala, conforme a demanda e a quantidade de resíduos plásticos gerados no local.
Em suma o sistema de processamento desses resíduos será totalmente integrado, combinando soluções de automação capazes de coletar os fardos de lixo e retirar os materiais indesejados. Dessa forma agilizando as etapas de reaproveitamento dos polímeros, evitando desperdícios e aumento dos custos de produção.
“Os plásticos desempenham um papel importante em nossa sociedade, incluindo a expansão da vida útil dos alimentos e tornando os veículos mais leves, o que reduz suas emissões. Infelizmente, apenas uma fração dos plásticos hoje pode ser reciclada com sucesso e, agora, temos a chance de reverter isso”, encerra o CEO da Honeywell, Vimal Kapur.
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