É perceptível nos dias atuais ainda mais os sinais das mudanças climáticas, o calor, a sensação de abafamento, a falta de umidade no ar, os temporais, as queimadas, todas essas consequências que nos norteiam diariamente. Além disso, existem eventos que fogem das nossas associações, mas estão intrinsecamente ligados com a mudança climática, com a mudança no microclima das regiões, a estiagem, a falta de chuvas, o desaparecimento de espécies em determinados locais, as diminuições da faixa de areia em algumas praias, etc.
Por vezes, alguns mecanismos ou posicionamentos pessoais, científicos e políticos impedem a clara percepção do problema. Como, por exemplo, alguns acreditam que é apenas a quantidade de radiação solar que está influenciando o sistema climático de nosso planeta, ou seja, que tudo isso é um ciclo e está acontecendo na estrela que nos aquece.
Acreditamos, sim, que possa existir essa influência, mas a ação humana no planeta juntamente com o uso exacerbado e a extração de combustíveis fósseis, a poluição, o desmatamento e os impactos ambientais descontrolados, são os maiores influenciadores nas alterações do clima no nosso planeta.
Quando Albert Arnold “Al” Gore Jr. – jornalista, ambientalista e vice-presidente dos Estados Unidos da América – lançou o documentário “Uma Verdade Inconveniente”, ele comprovou através de dados e evidências a correlação entre o comportamento humano e a emissão de gases na atmosfera. Os efeitos aumentaram de forma assustadora, em escala progressiva e de uma maneira acelerada. O documentário foi lançado em maio de 2006, mas já se passaram 15 quinze anos desde lá. Durante esse meio tempo, o que mudou sobre o avanço das mudanças climáticas? É fato que os números ainda estão em uma assustadora escala progressiva em todos os dados monitorados.
Mas o que podemos fazer para mudar esta situação?
O Protocolo de Montreal é um tratado ambiental firmado pela maioria dos países do mundo. Países esses que se comprometeram a substituir as substâncias que se demonstravam nocivas ao ozônio. Estudos demonstram que a camada de ozônio vem se restaurando, pois essa regeneração ocorre naturalmente. Mas, existem algumas reportagens evidenciando que esta regeneração está muito lenta, já que ainda existe o uso de clorofluorcarbono (CFC) em alguns processos da fabricação de produtos.
Mas, por outro lado, estamos diante do acordo mundial ambiental mais bem sucedido de todos os tempos (nas palavras de Kofi Annan). Esse apelo foi a nível mundial, as pessoas souberam o que estava acontecendo e começaram a buscar informações sobre o que compravam. As indústrias colaboraram muito e modificaram seus processos e seus produtos. Os países apertaram a fiscalização, cumpriram as metas e acompanharam os indicadores. Tudo isso gerou uma grande sinergia e, dessa forma, o acordo funcionou muito bem, tão bem que já conseguimos perceber os dados positivos sobre a regeneração da camada de ozônio.
Já sobre as mudanças climáticas, o caminho não pode ser muito diferente, mas o esforço será extremamente difícil e complexo. A pressão inicial terá que vir da população mundial. Temos que fazer escolhas o mais rápido possível e devem estar baseadas na sustentabilidade. Quando se conseguir este objetivo, deve-se se optar por locomoções ambientalmente amigáveis, buscar informações sobre a sustentabilidade da empresa fabricante, comprar produtos que optem por menos embalagens e mais produtos, utilizar o máximo possível os bens adquiridos, evitar todo e qualquer desperdício, destinar corretamente, reciclar, reusar, reutilizar seus resíduos e, por fim, buscar qualquer outra ação mais sustentável possível para seu descarte final. Isso forçará as empresas a buscarem novas oportunidades, como também demonstrarem claramente os seus processos.
Agentes de mudança
Já as indústrias devem dar uma importância também para todos os aspectos ambientais, assim como normalmente dá para os seus resultados financeiros. E, por último, os países devem entrar em um consenso o mais rápido possível, tecer um acordo e começar a cumpri-lo. Só assim podemos ter algum plano que funcione e descobrir um caminho para diminuir as emissões de gases na atmosfera que é o principal agente das mudanças climáticas.
Uma das engrenagens que pode ser movimentada para ajudar a pressionar é o 13º tópico dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) das Organizações da Nações Unidas (ONU). Ele trata justamente sobre a Ação Contra a Mudança Global do Clima. Esses objetivos foram criados em 2015 e até hoje suas metas apresentam uma estagnação. Uma das metas traçadas pela ONU é a de “Integrar medidas da mudança do clima nas políticas, estratégias e planejamentos nacionais”. Aparentemente, essa meta não avançou para dentro do planejamento das políticas públicas dos países. Ou seja, não está sendo cumprida nem por países desenvolvidos ou em desenvolvimento.
Então, uma boa estratégia seria tornar esse objetivo um acordo de nível mundial, divulgar as metas para toda a população e publicar anualmente ou mensalmente os resultados de cada país. Assim, através desse caminho, poderíamos reverter os dados que o Painel Intergovernamental de Mudanças Climáticas (IPCC) indica para os próximos 100 anos. Eles apontam que poderá haver um aumento da temperatura média global entre 1,8°C e 4,0°C e um aumento do nível médio do mar entre 0,18 m e 0,59 m, o que pode afetar significativamente as atividades humanas e os ecossistemas terrestres.
Dessa forma, a transformação desse 13º objetivo da ONU em um acordo mundial junto com o movimento da população mundial realizando escolhas baseadas na sustentabilidade, poderá gerar a sinergia e a união dos povos necessária para vencermos esse desafio.
Veja o que os outros países estão falando sobre a meuResíduo:
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